domingo, 12 de dezembro de 2010

Bahia quer se tornar pólo da indústria farmacêutica nacional

A reativação da fábrica da Bahiafarma e a abertura de novas unidades da Farmácia Popular do Brasil, em parceria com a Ebal, foram alguns dos assuntos discutidos hoje (9) em reunião entre o governador Jaques Wagner, o secretário da Saúde, Jorge Solla, o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Buss, e o presidente da empresa suíça Stragen Pharma, François Oneglia.
Com a Bahiafarma, o estado quer se tornar um importante pólo da indústria farmacêutica, fornecendo medicamentos para a rede nacional da Farmácia Popular. A previsão é que a Bahia ganhe mais de 200 unidades da rede, sendo que 70 deverão entrar em funcionamento ainda este ano, junto às lojas da Cesta do Povo.
Segundo Solla, a parceria que está sendo formada vai tornar a Bahiafarma o primeiro laboratório público brasileiro a produzir medicamentos à base de hormônios, como anticoncepcionais. “Isso será possível com a transferência de tecnologia de empresas européias”, afirmou. Ele lembrou que há diversos projetos importantes sendo desenvolvidos pela Fiocruz que vão beneficiar a Bahia, como os de educação à distância e permanente para profissionais de saúde.
Preços acessíveis
O estado já tem desenvolvida a indústria petroquímica, uma grande fornecedora de insumos intermediários para que a Bahia se transforme em um importante pólo farmacêutico”, disse. Segundo Buss, a Farmanguinhos, indústria farmacêutica da Fiocruz, negociará a transferência de tecnologia e adquirirá os produtos fabricados na Bahia, em especial os contraceptivos. “A expectativa é que o estado se torne a principal fornecedora de anticoncepcionais para a rede pública. No Brasil, mais de 15 milhões de mulheres precisam usar esses medicamentos e não conseguem comprar”, declarou.
Para Buss, a Bahia se especializaria em algumas áreas de alto custo e com isso supriria uma necessidade muito séria do sistema de saúde. Ele declarou que a Fiocruz Bahia já tem uma grande área de diagnóstico e de produção de inovações. “Nós vamos fazer serviços, no sistema público de saúde, de diagnósticos para doenças infecciosas e outras. Vamos trabalhar junto com o Governo da Bahia na reconstituição do Hospital Couto Maia”, falou.
Bahiafarma
Até agosto, a fábrica da Rede Baiana de Produção de Medicamentos (Bahiafarma), que está sendo construída no Distrito Industrial de Vitória da Conquista, deverá ser concluída. No total, serão investidos R$ 18 milhões na unidade, onde serão produzidos, em média, 15,8 milhões de comprimidos por mês para atender principalmente ao habitantes do estado. A infra-estrutura da fábrica foi realizada numa parceria da prefeitura de Conquista com o Ministério da Saúde, e os equipamentos e a coordenação vão ficar com o Governo do Estado.
Inicialmente, serão produzidos medicamentos básicos para garantir o atendimento da rede de saúde, como Captopril e Hidroclorotiazida (tratamento de hipertensão), Metformina (para pacientes com diabetes), Sinvastanina (controle do colesterol), o antitérmico Paracetamol, Mebendazol (tratamento de parasitoses) e o antiinflamatório AAS.
A área das ciências farmacêuticas é dinâmica e está em constante desenvolvimento. Novas tendências, novos conhecimentos e novas pesquisas fazem parte do cotidiano do estudo farmacêutico. E, em meio a essa realidade, nosso grande desafio é associar o conteúdo teórico à prática e, para tanto, tem-se propagado nas instituições a importância da gestão englobada à graduação, seja no Curso de Farmácia ou em qualquer outro curso superior. Sabemos que o empreendedorismo não está ligado apenas a pessoas com um dom nato e, portanto, aqueles que se dedicam e estudam podem vir a ser empreendedores. A abertura de um negócio próprio ou exercer a função como intra-empreendedor em uma empresa é algo viável a todos, desde que haja competência e dedicação. Logo, o fomento ao empreendedorismo não é apenas importante para a formação dos estudantes, além disso, é nessa base de idéias que um negócio obtém êxito e colabora para o país sair da posição de emergente e atinja maior nível de desenvolvimento.

Guia: quais os passos para abertura de uma empresa?

Para iniciar um negócio e abrir uma empresa, muitos pontos devem ser levados em consideração. Realizar um plano de negócios poderá ajudar a definir os principais passos.
Para isso, o empreendedor tem de buscar informações sobre o ramo em que pretende investir e, assim, identificar necessidades e a viabilidade do empreendimento.

Segundo o Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequeno Empresas (Sebrae) de São Paulo 29% das empresas fecham antes de completar um ano.

Isso acontece principalmente porque faltam informação e planejamento adequado ao empreendedor.

Além do plano de negócios, é importante pesquisar sobre o ramo.
Legalidade
Para que a empresa funcione corretamente, respeitando as leis, será necessária a contratação de um contador, que irá resolver a parte burocrática.

Um caminho para a escolha desse profissional é consultar o Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
O contador, obrigatório pelo código civil, cuida das operações fiscais da empresa. Se ele cometer um erro de declaração de impostos, a Receita Federal irá cobrar do empreendedor.

Por isso, para contratar esse profissional, é importante buscar referências com outros empreendedores, verificando se eles estão satisfeitos com seus contadores.

Além disso, é importante exigir um contrato escrito que informe quais serão as obrigações do contador e quanto ele irá cobrar por mês.

Veja os principais pontos sobre o seu negócio

Ramo
É necessário definir o negócio de acordo com afinidades e conhecimentos, ou seja, o com o que a pessoa sabe fazer.

O Sebrae tem registros de alguns negócios que foram abertos e deram certo e que podem ser consultados como exemplos.

Clientes
É importante definir quais serão os clientes para identificar onde eles estão, ou seja, deve-se fazer um levantamento do público.

Por exemplo, em uma confecção feminina, o empreendedor pode definir que irá atender mulheres com idade entre 15 e 20 anos.

Produtos e serviços
Também é importante definir quais produtos e serviços serão oferecidos. Por exemplo, um eletricista pode estabelecer que vai trabalhar só com residências ou só com empresas.

Pesquisar informações sobre os concorrentes ajuda a identificar pontos fortes e fracos sobre os serviços oferecidos.

Investimento
Pelo planejamento, descobre-se o valor que precisará ser gasto. Assim, o empreendedor verifica se tem ou não a quantia necessária. Em caso negativo, define de que forma irá conseguir o dinheiro.

Localização
O local onde ficará o estabelecimento deve ser próximo de onde estão os clientes e os fornecedores (o que serve para economizar fretes).

Se os custos para transportar a mercadoria forem muito altos, isso poderá deixar os preços pouco competitivos.

Além disso, ter um estacionamento pode atrair mais clientes. Também é importante pesquisar na prefeitura se naquele local pode ser iniciado o negócio.

Funcionários
O plano de negócios também ajuda a definir o número e o perfil dos funcionários que serão contratados.

Lucro
O plano permite definir de quanto será o lucro do empreendimento e depois de quanto tempo ele virá.

Como Montar a sua Empresa?

O tempo tem mostrado que a abertura de novos negócios, baseados na criatividade e no dinamismo do cidadão brasileiro é fundamental para o desenvolvimento do nosso país.

No entanto, apenas vontade e coragem não são suficientes para o sucesso de um empreendimento. Para encarar tão grande responsabilidade, o novo empresário precisa conhecer os aspectos e as fases que envolvem a abertura de um negócio, as características e dimensões do mercado no qual pretende atuar, a legislação pertinente, os padrões de qualidade, entre outros. Estes fatores, aliados à afinidade com a atividade a ser desenvolvida e à competência gerencial, são predominantes para o sucesso do negócio.

POR QUÊ ABRIR UMA EMPRESA?
DESEMPREGO: Abrir um Empreendimento por ter perdido o emprego pode não ser a solução de seus problemas, caso não seja precedido por séria pesquisa da área em que deseja atuar.

CURIOSIDADE: Um ditado popular prega "Dinheiro não aceita desaforo"... As chances do negócio ser bem sucedido são proporcionais ao conhecimento do ramo escolhido, "empresa não combina com aventura".

INICIATIVA: Pode-se considerar a iniciativa como sendo uma característica do empreendedor, ela embute negócios com boas possibilidades de crescimento, que não são tão comuns e com alta rentabilidade.


PERFIL DO EMPREENDEDOR
O empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador, através do qual mantém constante busca por novos caminhos e novas soluções, sempre amparada na identificação das necessidades das pessoas.

Essa é a essência do empresário de sucesso: a busca de novos negócios e oportunidades, e a preocupação sempre presente com a melhoria do produto.

Enquanto a maior parte das pessoas tendem a enxergar apenas dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, a despeito das dificuldades.

As qualidades que distinguem o empreendedor como líder e dono de seu destino:

Disposição para assumir Riscos

o    Nem todos têm a mesma disposição para assumir riscos. O empreendedor, por definição, tem que assumir riscos, e o seu sucesso está na sua capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles. Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso aprender a administrá-los.
Ter Iniciativa e ser Independente
o    São características intimamente ligadas ao espírito empreendedor e que levam a decisões ousadas como trocar a segurança do "holerit" pelo risco de um negócio próprio, buscando, entre muitos outros fatores, sua realização e independência. Logo, sem iniciativa não pode haver empreendimento e sem vontade e persistência não se pode atingir o sucesso.
Persuasão e Rede de Contatos
o    Agir influenciando pessoas para obtenção de seus propósitos. Independência e Auto-confiança. Agir com autonomia e confiança em sua capacidade.
Ser Líder e saber Comunicar-se
o    Liderar é saber conduzir os esforços das pessoas sob nossa coordenação em direção a um objetivo. Um líder sabe redirecionar esforços, quando necessário, conseguindo manter a motivação de seus funcionários.Relacionamento interpessoal é a capacidade de expor e ouvir idéias. É saber comunicar-se e conviver com outras pessoas, dentro e fora da empresa.
Ser Organizado
o    A organização é fator de sucesso para qualquer empreendimento. Não basta apenas possuir os melhores recursos, mas integrá-los de forma lógica e harmoniosa, fazendo com que o resultado seja maior do que a simples soma das partes.
Possuir Conhecimento do ramo
o    Este é um fator imprescindível para que se obtenha o sucesso em um empreendimento. Este conhecimento pode ser adquirido pela própria experiência do empreendedor, em informativos especializados, em contato com empreendedores do ramo, associações, sindicatos, etc.
Identificador de Oportunidades
o    Identificar e aproveitar oportunidades é fundamental para quem deseja ser empreendedor e consiste em aproveitar todo e qualquer ensejo para observar negócios. O empreendedor de sucesso é aquele que não cansa de pesquisar, seja no trabalho, nas compras, nas férias, lendo revistas, jornais, televisão, Internet. Ele é curioso e está sempre atento a qualquer oportunidade de conhecer melhor um empreendimento.
Possuir Aptidões Empresariais
o    É o instinto, a habilidade natural que o empreendedor deve possuir para identificar uma oportunidade, aproveitá-la, montar um negócio e conduzí-lo ao sucesso. Um empreendedor precisa:
- Ser persistente: Agir com o empenho necessário para o alcance de objetivos e metas.
- Ter Comprometimento: Agir com dedicação e responsabilidade para obtenção de resultados.
- Ser exigente na qualidade e na eficiência: Agir para melhoria contínua de seus processos e produtos.
Auto-Conhecimento
o    O conhecimento das qualidades mencionadas serve de base para uma auto-avaliação. Assim, ao conhecer os pontos fortes e fracos, pode-se aprimorá-los (fortes) ou minimizá-los (fracos) a fim de obter a capacitação necessária para o sucesso do empreendimento.

PLANEJAMENTO DO NEGÓCIO
O planejamento não evita riscos, mas ajuda a prevení-los e a enfrentá-los com uma escolha segura da direção a seguir e com a possibilidade de fazer as correções de rumo que forem necessárias.

O Plano de Negócios serve para detalhar e examinar as idéias, tornando mais claros e precisos os caminhos e recursos necessários.

Pontos importantes para Reflexão:
o    A que tipo de atividade você pretende se dedicar? Indústria, comércio, serviços, rural?
o    Imagine que tipo de mercadorias irá fabricar e/ou vender ou que serviços irá prestar;
o    Para quem vai produzir e vender essas mercadorias ou serviços; qual vai seu o seu Mercado Consumidor?
o    Quais as pessoas ou empresas que oferecem mercadorias ou serviços iguais ou assemelhados aos que você pretende colocar; qual seu Mercado Concorrente?
o    Quem poderá lhe fornecer equipamentos, matérias e serviços necessários ao funcionamento da empresa; qual o sue Mercado Fornecedor?
o    Elabore um Plano de Negócios, ele deverá contemplar todas as facetas do negócio, estratégias diversas de produção e finanças etc. O Plano de Negócios é o cartão de visitas da empresa ele motiva fornecedores e clientes e mostra o seu grau de controle do negócio.

A indústria farmacêutica e as políticas de saúde e de medicamentos

O processo industrial farmacêutico é complexo, vinculando-se às políticas industrial, científica e tecnológica e de saúde. É um processo que exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento, na produção e no controle de qualidade dos produtos, na aquisição de substâncias, na armazenagem e distribuição dos produtos, etc. Para essas ações, empregam-se alta tecnologia, mão-de-obra qualificada em diversas funções e altos investimentos financeiros, inclusive em propaganda.
Por ocuparem lugar de destaque no sistema de saúde e no tratamento das doenças, tanto nos países industrializados como nos em desenvolvimento, os medicamentos exigem uma política nacional específica. Esta deve estruturar-se de acordo com as necessidades de cada país. É fundamental para garantir eficácia, segurança, qualidade, informação e aspectos de custos e preços dos medicamentos. Também é importante para assegurar a utilização adequada desses produtos, por parte da classe médica e farmacêutica.
Em 1995, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que o Estado devesse garantir a disponibilidade de acesso eqüitativo, assim como a utilização adequada desses medicamentos, e preconizou para a formulação e acompanhamento de política de medicamentos de cada país, uma ampla parceria entre governos - representando o interesse público - e os demais atores do processo: os que utilizam ou vão utilizar medicamentos, os prescritores, os dispensadores (1) e os que fazem, comercializam, distribuem e vendem os medicamentos. Estão ainda incluídos nessa parceria as universidades, os institutos especializados de pesquisa e instrução, as instituições que formam pessoal na área médica, odontológica, de enfermagem e farmácia, as escolas de preparação de pessoal de nível médio e de agentes comunitários de saúde, as organizações desvinculadas do governo, como associações de profissionais, grupos de consumidores, indústria farmacêutica (preferivelmente suas representações no país ou internacionais) e as profissões jurídicas (Bonfim, 1997). Verifica-se, portanto, que é necessária a participação de diversos atores para o estabelecimento de uma política de medicamento mais adequada à realidade de um determinado povo.
Encontra-se atualmente, em nível mundial, um mercado farmacêutico monopolizado e/ou oligopolizado. Bermudez baseou-se em Gereffi para tecer os seguintes comentários: existem, no mundo, mais de 10 mil empresas produtoras de medicamentos. No entanto, a participação expressiva no mercado internacional se restringe a não mais de cem companhias de grande porte, responsáveis por cerca de 90% dos produtos farmacêuticos para consumo humano. As cinqüenta maiores empresas farmacêuticas do mundo são transnacionais, respondendo por dois terços do faturamento mundial. Estas empresas comercializam seus produtos em diversos países, promovem atividades também em países estrangeiros e operam nas áreas de Pesquisa e Desenvolvimento, abrangendo, portanto, todos os estágios tecnológicos (Bermudez, 1995.1).
Ainda segundo Bermudez (1995.1), a totalidade das empresas de capital nacional detém entre 15% e 25% do mercado farmacêutico brasileiro, enquanto já as empresas de origem norte-americana detêm em torno de 35%. Um percentual um pouco maior cabe ao conjunto das indústrias da Comunidade Econômica Européia. Observa-se, também, monopolização das classes terapêuticas por parte das empresas líderes do mercado. E essa indústria farmacêutica privada - seja ela de capital nacional ou internacional - investe normalmente na produção e em propaganda de medicamentos utilizados na medicina curativa, que são mais rentáveis. Conclui-se, portanto, que os interesses comerciais dessas indústrias muitas vezes são conflitantes com o uso racional de medicamentos.
Santos (1993) conta que, até 1930, o Brasil não se distanciava muito do modelo tecnológico utilizado internacionalmente para a produção de medicamentos. A medicação consumida em território nacional era em parte produzida por farmácias e por um grande número de pequenos e médios laboratórios nacionais, poucos deles de origem estrangeira. Outra parcela era advinda de importações de outros países, realizadas por casas representantes.
As mudanças ocorridas após a Segunda Guerra Mundial coincidiram com a política nacional desenvolvimentista implementada nas décadas de 40 e 50. O estímulo à entrada de capital estrangeiro permitiu a consolidação da hegemonia das empresas transnacionais farmacêuticas, gerando a dependência econômica e industrial do país neste segmento (Bermudez, 1995.1).
[...]
Melo, Maria das Graças Mota. Estudo de dermatoses em trabalhadores de uma indústria farmacêutica. [Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 1999.

Ler a reportagem na integra, clique aqui.

Indústria farmacêutica precisa investir mais em pesquisa

"A indústria farmacêutica tem que investir, senão ela morre"
 Depois de sofrer com a abertura comercial nos anos 90, a indústria farmacêutica brasileira tem recuperado sua força, mas ainda encontra um dos seus maiores desafios no desenvolvimento da pesquisa. O Ministério da Saúde investiu R$ 700 milhões nos últimos cinco anos com a contratação de 3 mil projetos de inovação. O valor ainda é baixo comparado ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, de cerca de R$ 3 trilhões, mas é um começo importante, avaliam especialistas presentes ontem no seminário "Caminhos para o financiamento e acesso à saúde", promovido pelo Valor em parceria com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Apesar do peso do PIB do Brasil no mundo, o país ocupa apenas a 17ª posição em pesquisa clínica de medicamentos, que é a aplicação assistida das drogas em pacientes. Inovação farmacêutica é um investimento de alto risco, mas que garante retornos expressivos. Para desenvolver um medicamento, é preciso investir aproximadamente US$ 1 bilhão. Além do custo ser alto, um problema no mercado brasileiro é que o processo de aprovação de uma pesquisa clínica é muito longo - chega a até 14 meses, enquanto em países desenvolvidos o período é de três a quatro meses.
A concessão de patentes é outro desafio para a inovação farmacêutica que precisa ganhar mais agilidade e dar mais garantias aos investidores, segundo Jorge Ávila, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). 
Mesmo com essas dificuldades, há casos de sucesso em investimento farmacêutico no país. Um exemplo é a Recepta Biopharma, empresa de desenvolvimento de pesquisa e testes clínicos de medicamentos para tratamento de câncer. Criada em outubro de 2006, ela é a primeira e até agora única empresa brasileira a conduzir a segunda fase de um teste clínico em pacientes de câncer. A empresa investiu R$ 18 milhões até agora, e neste ano deve investir mais R$ 7 milhões. "É um desafio grande, mas estamos num mercado em crescimento", diz José Fernando Perez, diretor da companhia.
Egresso da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), ele conta que um dos pontos importantes para desenvolver a inovação no setor é haver interação entre o universo acadêmico e a indústria.
O setor farmacêutico está entre os seis estratégicos da política industrial brasileira.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Indústria Farmacêutica

A indústria farmacêutica constitui um dos setores mais importantes nas sociedades contemporâneas, não só a nível económico, mas sobretudo social e científico. A missão da Indústria Farmacêutica consiste em fomentar a inovação e o desenvolvimento de terapêuticas que respondam às necessidades de tratamento e prevenção de novas patologias, bem como disponibilizar medicamentos que constituam uma melhoria para a saúde e qualidade de vida das populações. O futuro do setor farmacêutico dependerá certamente das decisões políticas que tomemos relativamente à inovação e ao acesso ao medicamento em relação aos indicadores da competitividade industrial, à criação de uma rede de excelência em investigação fundamental e clínica, à condução de ensaios clínicos à escala europeia, à implementação de incentivos à investigação e de apoio ao desenvolvimento e comercialização de medicamentos órfãos e pediátricos, ao desenvolvimento de uma estratégia de biotecnologia e à optimização da recolha e tratamento de dados sobre farmacovigilância.

Gestão da qualidade - TQM

Atualmente a gestão da qualidade está sendo uma das maiores preocupações das empresas, sejam elas voltadas para a qualidade de produtos ou de serviços.

A gestão  da qualidade total consiste numa estratégia de administração orientada a criar consciência de qualidade em todos os processos da empresa. O TQM (Total Quality Management) tem sido amplamente utilizado em indústria, educação, governo e serviços. Chama-se total porque o seu objetivo é a implicação não só da empresa inteira mais também a organização estendida: fornecedores, distribuidores e demais parceiros de negócios. O TQM é composta de estágios tais como: planejamento, Organização controle, liderança. Tanto qualidade quanto manutenção são qualificadas de total porque cada empregado que participa é diretamente responsável pela realização dos objetivos da empresa. Toyota (Japão) foi primeira a empregar o TQM. No fordismo, ao contrário do TQM, esta responsabilidade é limitada à gerência. No TQM os funcionarios possuem uma maior gama de qualificações. Então a comunicação organizacional (em todos os níveis) torna-se uma peça chave da estrutura da empresa.

Atualmente a gestão da qualidade está sendo uma das maiores preocupações das empresas, sejam elas voltadas para a qualidade de produtos ou de serviços. A conscienciatização para a qualidade e o reconhecimento de sua importância, tornou a certificação de sistemas de gestão da qualidade indispensável para as micro e pequenas empresas de todo o mundo.

A certificação da qualidade além de aumentar a satisfação e a confiança dos clientes, reduzir custos internos, aumentar a produtividade, melhorar a imagem e os processos continuamente, possibilita ainda fácil acesso a novos mercados. Esta certificação permite avaliar as conformidades determinadas pela organização através de processos internos, garantindo ao cliente um produto ou serviço concebido conforme padrões, procedimentos e normas.

Entre modelos existentes de sistema da qualidade, destacam-se as normas da série ISO 9000. Estas se aplicam a qualquer negócio, independentemente do seu tipo ou dimensão. As normas desta série possuem requisitos fundamentais para a obtenção da qualidade dos processos empresariais. A verificação dos mesmos através de auditorias externas garante a continuidade e a melhoria do sistema de gestão da qualidade.

Os requisitos exigidos pela norma ISO 9000 auxiliam numa maior capacitação dos colaboradores, melhoria dos processos internos, monitoramento do ambiente de trabalho, verificação da satisfação dos clientes, colaboradores, fornecedores e entre outros pontos, que proporcionam maior organização e produtividade que podem ser identificados facilmente pelos clientes.

As pessoas e as empresas que buscam qualidade devem criar uma mentalidade positiva de mudança. Qualquer melhoria, pequena ou grande é bem-vinda. Toda inovação deve ser conhecida, testada e se possível aplicada.

Uma organização que se propõe a implementar uma política de gestão voltada para a "qualidade" tem consciência de que a sua trajetória deve ser reavaliada. As mesmas precisam pôr em prática atividades que visam estabelecer e manter um ambiente no qual as pessoas, trabalhando em equipe, consigam um desempenho eficaz na busca das metas e missões da organização.

Profissionais de Saúde Precisam de Marketing

“O posicionamento estratégico, no mercado, de médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais da área de saúde exige uma abordagem de marketing”.

A pergunta que muitos profissionais da área de saúde deveriam se fazer ao final de cada mês, quando têm de analisar o balanço financeiro de suas atividades e percebem que seu negócio poderia render melhores resultados, é: como captar, conquistar e manter clientes em um mercado cada vez mais competitivo? Talvez esta não seja uma pergunta tão difícil de responder para um profissional especializado em marketing e vendas, mas certamente não é fácil para os profissionais da área de saúde, que tiveram pouca ou nenhuma formação acadêmica em relação a marketing, e nem mesmo dispõem de tempo para pensar no assunto.
Como consultor de marketing pessoal, acredito que é possível desenvolver um plano básico de marketing, que seja voltado para o setor de saúde, e que possa ajudar estes profissionais a responder três questões básicas para promover seu negócio: Como captar novos clientes? Como conquistar estes clientes? Como construir um relacionamento duradouro com eles?
Vamos apresentar um conjunto de sugestões, apontando ações e ferramentas que poderão ser úteis para responder com sucesso a estas três questões. Captando novos clientes A captação de novos clientes exige que o profissional, o escritório ou a clínica médica desenvolva as seguintes ações de maneira habitual em suas atividades: Definir o perfil do seu cliente alvo, em termos de condição sócio-econômica, sexo, idade, necessidades, etc. Pesquisar a localização deste cliente em termos geográfico, profissão, instituição em que estuda ou trabalha, locais que freqüenta, outros profissionais que o atendem, etc.
 Desenvolver networking, rede de relacionamentos profissionais, de forma a obter informações e indicações para ter contato com estes clientes. Desenvolver um sistema de parceria com profissionais de áreas complementares a sua, para que possam se beneficiar mutuamente com troca de informações e indicação de clientes. Construir um sistema de relações públicas, com participação em entidades e associações, ministrar palestras com apresentação de temas de interesse social em sua área e escrever artigos sobre temas de interesse público. Estas ações proporcionarão um relacionamento com a comunidade e a imprensa de forma a construir uma reputação respeitável, e que possa gerar novas oportunidades, além de ajudá-lo a fechar negócios por ser reconhecido como competente em sua profissão.
Conquistando clientes Para conquistar clientes é preciso que todo profissional desenvolva dois tipos de habilidades essenciais em qualquer carreira profissional: Capacidade de comunicação interpessoal, ou seja, a habilidade para transmitir informações de forma efetiva ao seu cliente, tanto verbalmente quanto não verbalmente, e o desenvolvimento da acuidade perceptiva para entender exatamente a mensagem que estiver recebendo. Como afirma o psicólogo Daniel Goleman, autor do livro “A Inteligência Emocional” (Editora Objetiva, 2001), em seu novo livro “A inteligência Social” (Editora Campus, 2006), é preciso desenvolver a capacidade de entender os sinais não verbais durante a comunicação, para podermos receber a mensagem “verdadeira” que estão nos passando. Capacidade de construir relacionamentos é a outra parte do contexto para conquistar um cliente.
É necessário desenvolver uma empatia desde o primeiro momento, evitando posturas profissionais que passem uma imagem de estar acima social e intelectualmente de seu cliente, dificultando a empatia ou rapport que possa ter com eles. É importante que tanto o profissional quanto sua equipe de apoio possam desenvolver estas competências, comunicação e relacionamento interpessoal, e aprender a lidar de forma adequada com os clientes, transformando os contatos com este em oportunidades de negócios. Construindo relacionamentos duradouros Existe um conceito em marketing que diz que “é muito mais fácil e barato manter um cliente do que conquistar um novo”.
No entanto, muitos profissionais e empresas desconhecem este preceito, e insistem em atender mal seus clientes, perdendo uma ótima oportunidade de consolidar um relacionamento duradouro com vantagens para ambas as partes. Sugerimos algumas ações que os profissionais e os colaboradores da área de saúde deveriam adotar para consolidarem relacionamentos duradouros com seus clientes: após a realização do primeiro “negócio” entre cliente e consultório, envie uma correspondência agradecendo por este cliente ter escolhido seu consultório para ser atendido; crie um sistema de contatos periódicos que reflitam a intenção do consultório e do profissional de manter um relacionamento profissional estreito; procure deixar claro em sua comunicação habitual com seus clientes, mas sem ser direto, que o consultório tem interesse de prestar os mesmos serviços aos parentes, colegas de trabalho e conhecidos deles; crie e utilize mecanismos de fácil interação entre os clientes e o consultório, como sites e blogs que permitem transmitir informações, prestar serviços adicionais e receber críticas e sugestões sobre o atendimento prestado; nos sites e na correspondência, o consultório pode incluir sugestões para os clientes recomendarem o endereço eletrônico, ou mesmo um folder ou cartão de visita extra para seus conhecidos sobre os serviços oferecidos.
Estas são apenas algumas sugestões sobre como captar, conquistar e manter relacionamentos duradouros com clientes. Existem muitas outras idéias e sugestões que ajudam a promover um consultório e a carreira de um profissional da área de saúde. Todavia, a implantação destes conceitos passa necessariamente por dois fatores. Primeiramente, a elaboração de um plano de marketing específico para o profissional ou consultório, e em seguida, o treinamento da equipe de apoio para implantar e praticar este plano de marketing no dia a dia. Desta forma, o marketing em um consultório poderá deixar de ser apenas uma idéia distante e transformar-se na alavanca que vai proporcionar a viabilização econômica do consultório e a realização do profissional.

Por Ari Lima

Marketing em Farmácia

Muitas pessoas confundem o termo marketing com vendas e propagandas. Na verdade, venda e propaganda fazem parte de um conjunto de ações que compõem o marketing. KOTLER, 1999 define marketing como “o processo social e gerencial através do qual indivíduos ou grupos obtém aquilo que desejam ou necessitam criando e trocando produtos e valores uns com os outros.

Artigo interessante publicado na revista Visão Acadêmica de 2002. Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

Estratégias mercadológicas da indústria farmacêutica e o consumo de medicamentos

Marketing strategies of the pharmaceutical industry and drug consumption José Augusto C. Barros
Do Departamento de Medicina Social do Centro de Ciências da Saúde da UFPe – Rua Manoel de Almeida, 110/202 – Graças – 50000 – Recife, PE – Brasil

 Dentro do processo de ampliação crescente do âmbito de intervenção da Medicina (a chamada "medicalização"), o uso abusivo de medicamentos industrializados assume papel de destaque. Entre as diversas práticas mercadológicas de que a Indústria Farmacêutica se vale para incrementar os seus lucros – via estímulo ao consumo – sobressai-se a propaganda, particularmente junto ao médico. A despeito da automedicação, dependente, por sua vez, em grande parte, da influência inclusive "legitimadora" do médico, é sobre esse profissional que recai, direta ou indiretamente, através da prescrição medicamentosa, a responsibilidade por ação significativa do consumo. Propõe-se, com base em diversos estudos já realizados, a análise crítica do papel da propaganda, com ênfase no papel do propagandista de laboratório e na sua eficácia como instrumento preferencial de que lançam mão os produtores de medicamentos para influenciar os hábitos de prescrição dos médicos, dirigindo-os prioritariamente à satisfação dos interesses dos produtores, em detrimento daqueles dos consumidores.

A filosofia e a prática do modelo político -econômico-social na moderna sociedade capitalista apontam para o "consumismo" como estratégia básica da dinâmica econômica. Na área da saúde a imposição compulsiva ao consumo se expressaria na demanda de ações de saúde – ou mais restritamente na demanda de "atos médicos" – impulsionada, fundamentalmente, por necessidades endógenas do chamado "complexo médico-industrial" ainda que muitas vezes sob a máscara de um propósito ético ou social de melhorar o nível de bem-estar da coletividade.
Atendendo às exigências do mercado, as classes com maior poder aquisitivo passam a adquirir produtos e a consumir serviços supérfluos, obviamente não estando imune desse processo o setor saúde. E a própria população de baixa renda que dificilmente tem acesso ao atendimento de suas necessidades básicas de saúde – e, mesmo, de vida – ainda assim paga elevado tributo ao consumo supérfluo – por exemplo, de medicamentos estimulada que é pelas técnicas de venda de atos e produtos "desnecessários", – quando não efetivamente danosos.
Como qualquer setor empresarial, interessa à indústria farmacêutica estimular o máximo consumo. Em termos puramente mercadológicos, nos setores de produção e comercialização de medicamentos, interessa a ocorrência de um máximo de doenças acompanhadas de um máximo de tratamentos, ou seja, de "medicalização"  (esta inclui a "prescrição medicamentosa", indo, no entanto, mais longe para abranger a colocação sob a alçada da medicina de "situações" ou "problemas" que têm origem na estrutura de classes da sociedade).

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

Planejamento e Operacionalização de uma empresa farmacêutica

Planning and Operacional of Pharmaceutical Company
Cristiane de Brito Nunes da Silva; Ana Lucia de Almeida Côrtes; Luis Augusto Côrtes;
Luciane Ramalho e Maria de Fátima da Costa.
Este artigo apresenta um resumo dos resultados de um projeto de tutoria desenvolvido pelos alunos do curso de farmácia da FARMPLAC tomando-se como base uma empresa farmacêutica já estabelecida como amostra, avaliando-se o planejamento organizacional e a qualidade da prestação de serviço, bem como, o valor do cliente, baseado na Administração de Marketing de Porter, Safári de Estratégia de Henry Mintzberg, entre outros. O objetivo do artigo é apresentar de forma resumida as conclusões mais importantes da pesquisa, com intuito de implementar estratégias organizacionais em empresas farmacêuticas.

No mercado há necessidade de se conhecerem os concorrentes, os consumidores, os clientes e o meio ambiente organizacional, para que o resultado de uma empresa seja satisfatório. A reavaliação da organização tendo como base mudanças organizacionais e como se aprende mudando, desenvolvido por Susan & Allan Mohrman. Esta analise ajuda a entender como a empresa funciona como melhorar a qualidade quais as estratégia competitivas e como o valorar os clientes e funcionários. As empresas procuram adaptar-se com sucesso a seu ambiente, através da análise das ameaças e oportunidades. Quanto mais instável e complexo o ambiente, maior a necessidade do enfoque sistêmico e do planejamento estratégico.
O que interessa é mostrar e analisar as prováveis situações diárias que poderão vir a interferir no bom desempenho das atividades empresariais, sugerir soluções de possíveis problemas e estudar técnicas que visam vencer a concorrência com êxito, mantendo-se em posição de destaque.
Como aponta Kotler (1998), com a criação da satisfação do consumidor através de qualidade, serviço e valor, onde o consumidor maximiza valor e criando uma expectativa e agindo sobre ela, as empresas fortes desenvolveram capacidades tecnológicas para administrar os processos - núcleos de negócios: administração de estoque, ciclo pedidorecebimento e serviços aos consumidores. Administrar estes processos significa criar uma rede de marketing. As empresas atuais para permanecerem solventes e rentáveis têm que implementar programas de administração da qualidade total, que é a chave para criação de valor e satisfação do consumidor.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

Cristiane de Brito Nunes da Silva
Luciane Ramalho e Maria de Fátima da Costa

Tendências no mercado farmacêutico


As Características Mercadológicas da Indústria Farmacêutica no Brasil

O mercado mundial de medicamentos nas economias capitalistas está estimado em 170 bilhões de dólares anuais (Codetec, 1991a; Scrip, 1990). O Brasil se situa como o nono mercado mundial, com um faturamento que hoje ultrapassa os três bilhões de dólares. Entretanto, podemos verificar que o consumo per capita é muito baixo, quando comparado com outros países (mais de dez vezes menos do que os EUA e países da Comunidade Européia).
De uma maneira geral, dois aspectos devem ser ressaltados ao analisar a situação da indústria farmacêutica no Brasil: a dependência e a oligopolização, refletindo uma tendência mundial. Estes dois componentes ficam evidentes em ambos os setores que compõem a indústria farmacêutica no seu sentido mais global: a Química Fina e a Formulação Farmacêutica.
O setor de Química Fina abrange a elaboração de produtos químicos de maior valor agregado que os da indústria química de base, classificados como intermediários ou especialidades. O mercado mundial do complexo da química fina é estimado em US$ 256 bilhões, com 200 bilhões atribuídos a especialidades. O Brasil representa cerca de 3,2% do mercado mundial. O parque industrial brasileiro do complexo de química fina possui uma capacidade instalada mensurável de 500 mil toneladas anuais. A situação que se observa nas empresas nacionais é a utilização de tecnologias desenvolvidas no exterior, enquanto que as empresas multinacionais importam de suas matrizes a tecnologia aplicada nos seus processos de produção e vendas (Abifina/ ABQ/ABEQ, 1992).
Nossa dependência externa é nítida e pode ser analisada associada à questão da oligopolização do mercado. Uma diferença marcante entre as grandes empresas multinacionais e nossas indústrias brasileiras é que as primeiras procuram verticalizar sua produção, atuando em todos os estágios tecnológicos, incluindo a pesquisa, desenvolvimento de matérias-primas, formulação e marketing (Frenkel et al., 1978), enquanto que as empresas nacionais em sua maioria desenvolvem apenas a etapa de formulação farmacêutica, mantendo a dependência na aquisição das matérias-primas.
A indústria de formulação farmacêutica no Brasil é representada por um setor que movimenta anualmente mais de três bilhões de dólares (Codetec, 1991a; 1991b), sendo um dos dez maiores mercados do mundo. Com um consumo per capita baixo, apresenta uma distribuição perversa, considerando que 23% da população consomem 60% da produção (Codetec, 1991a). O mercado governamental representa em torno de 35% do mercado total. Nossa dependência fica evidente quando constatamos que as empresas multinacionais são responsáveis por 75 a 85% do faturamento anual no Brasil (Alanac, 1989; Codetec, 1991a; Ceme, 1987a; 1987b). A situação se configura de gravidade quando se constata, a par de um processo crescente de desnacionalização do setor privado, uma ação governamental que não fortalece os laboratórios estatais de produção.

Uma alternativa para o mercado brasileiro

É nítido que a produção de medicamentos genéricos representa uma tendência que se observa tanto em países desenvolvidos, como também a OMS recomenda sua implementação como espinha dorsal de uma política para os países em desenvolvimento. Acreditamos que, para o mercado brasileiro, também os medicamentos genéricos representam uma alternativa concreta, desde que uma série de conceitos e procedimentos seja definidos e implementados pelos diferentes atores envolvidos no processo.

Tendências e fusões no mercado farmacêutico

O mercado farmacêutico no Brasil cresceu 12,5% em 2008, atingindo R$ 26,1 bilhões. A tendência para os próximos quatro anos é que haja um crescimento composto de cerca de 9%. Em relação aos genéricos, a estimativa é mais modesta: de que até 2014 esses produtos possam alcançar um crescimento de R$ 660 milhões. "O governo, dentro do PAC, tem um objetivo parecido de elevar a participação dos genéricos no Brasil em 20%", destaca o diretor financeiro e de RI da Profarma, Max Fischer.
A projeção para os medicamentos similares é na ordem de US$ 2 bilhões, sendo que esse produto não está incluso no crescimento de 12,5% do mercado farmacêutico no ano passado. Futuramente, Fischer ressalta que os similares devem virar genéricos contribuindo, assim, para o crescimento do mercado. Enquanto se planeja expansão de vendas e produtos nos próximos anos, o mercado vive uma realidade mundial de encarar desafios que dizem respeito ao lançamento de novos produtos que tem passado pela busca de outros segmentos, conforme citou o CFO da Profarma. "Nos últimos cinco anos o pipeline de produtos novos é muito baixo, ou seja, todas as indústrias hoje estão em busca de produtos que são de especialidades como oncologia, por exemplo. As aquisições e fusões que a gente tem visto do lado da indústria tendem muito mais a ser na busca por uma empresa que seja especializada num tipo de remédio ou em um tipo de droga que seja desenvolvido para uma determinada especialidade, e isso deixa espaço para que a distribuição ocupe, através de serviços, um espaço que a aproxime mais da indústria."
Mesmo em um período de crise econômica mundial o setor farmacêutico não se inibiu e foi às compras, embora se suspeite que este mercado tenha sido um dos primeiros a sofrer com a crise financeira por trabalhar com dívidas de curto prazo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Tipos de Empresas Farmacêuticas

Indústria Farmacêutica

A Indústria farmacêutica é responsável por produzir medicamentos. É uma atividade licenciada para pesquisar, desenvolver, comercializar e distribuir drogas farmacêuticas.
Áreas de atuação do farmacêutico na indústria: Indústria Farmacêutica e de Produtos Veterinários, Industrialização de medicamentos alopáticos, Industrialização de medicamentos fitoterápicos, Industrialização de medicamentos homeopáticos, Biotecnologia, Indústria Cosmética, Indústria de Alimentos e Indústria de Produtos Domissanitários.
Atribuições do farmacêutico na indústria: Produção, garantia da Qualidade, controle de Qualidade físico-químico e microbiológico, pesquisa Clínica, Farmacovigilância, Cosmetovigilância e Tecnovigilância.


Farmácia comercial

O farmacêutico comunitário é aquele que atende o paciente ou atende diretamente no balcão de uma farmácia comunitária, drogaria, ambulatório ou serviço de atenção primária.  Ele analisa a conformidade das prescrições e dispensando os medicamentos, seguido de orientações quanto ao uso racional dos fármacos e adesão à terapêutica. Realiza ainda ações de atenção farmacêutica ou acompanhamento farmacoterapêutico.
O farmacêutico comercial é o corresponsável pela qualidade dos medicamentos dispensados, obedecendo desta maneira, as boas práticas de armazenamento e dispensação. Tem a função, ainda, de escriturar o livro de registro de medicamentos controlados ou sistema informatizado, prestando contas às autoridades sanitárias.  A Legislação Brasileira obriga todo local de dispensação de medicamentos terem um farmacêutico responsável durante o período de funcionamento do estabelecimento.


Farmácia Hospitalar

 A Farmácia Hospitalar é um órgão de abrangência assistencial, técnico-científica e administrativa, onde se desenvolvem atividades ligadas à produção, armazenamento, controle, dispensação e distribuição de medicamentos e correlatos às unidades hospitalares. É igualmente responsável pela orientação de pacientes internos e ambulatoriais, visando sempre à eficácia da terapêutica, além da redução dos custos, voltando-se também para o ensino e a pesquisa, propiciando assim um vasto campo de aprimoramento profissional. O farmacêutico tem, portanto, uma importante função clínica, administrativa e de consulta.






Farmácias de manipulação

O farmacêutico magistral utilizando-se de seus conhecimentos de farmacotécnica, é o responsável pela manipulação de medicamentos nas farmácias magistrais, de manipulação ou também conhecidas como galênicas. Respeitando as normas de boas práticas de manipulação (publicada por autoridades sanitárias), produz medicamentos que têm como grande atrativo a possibilidade de serem obtidos de forma personalizada (tanto na dose, quanto na forma farmacêutica), e poder alterar componentes, de fórmulas industrializadas, que causem alergias em alguns pacientes.




Análises clínicas

O farmacêutico, quando está no ramo dos laboratórios de análises clínicas, atua na realização de exames toxicológicos, laboratoriais, gerenciamento de laboratórios, assessoria em análises clínicas, pesquisa e extensão, garantia e controle de qualidade dos laboratórios de análises clínicas, magistério superior e planejamento e gestão no setor.






Vigilância Sanitária

São as ações de fiscalização onde o farmacêutico pode atuar. É proporcionar o controle de qualidade de atendimento, fiscalizar os medicamentos vendidos, verificar se os estabelecimentos seguem as normas, entre outras ações de monitoramento.





Transporte e distribuição

 A preocupação das agências de saúde estipulou a obrigatoriedade do farmacêutico nas distribuidoras de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e produtos de saúde. O trabalho consiste em fiscalizar a carga e descarga dos produtos; a temperatura correta do veículo; controle da umidade; controle de pragas e vetores de doença; documentação necessária; validade, lote, armazenamento, automação, etc. Assim, o farmacêutico das áreas de transporte organiza e implanta o manual de boas práticas de transporte de acordo com a legislação vigente.