domingo, 12 de dezembro de 2010

Bahia quer se tornar pólo da indústria farmacêutica nacional

A reativação da fábrica da Bahiafarma e a abertura de novas unidades da Farmácia Popular do Brasil, em parceria com a Ebal, foram alguns dos assuntos discutidos hoje (9) em reunião entre o governador Jaques Wagner, o secretário da Saúde, Jorge Solla, o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Buss, e o presidente da empresa suíça Stragen Pharma, François Oneglia.
Com a Bahiafarma, o estado quer se tornar um importante pólo da indústria farmacêutica, fornecendo medicamentos para a rede nacional da Farmácia Popular. A previsão é que a Bahia ganhe mais de 200 unidades da rede, sendo que 70 deverão entrar em funcionamento ainda este ano, junto às lojas da Cesta do Povo.
Segundo Solla, a parceria que está sendo formada vai tornar a Bahiafarma o primeiro laboratório público brasileiro a produzir medicamentos à base de hormônios, como anticoncepcionais. “Isso será possível com a transferência de tecnologia de empresas européias”, afirmou. Ele lembrou que há diversos projetos importantes sendo desenvolvidos pela Fiocruz que vão beneficiar a Bahia, como os de educação à distância e permanente para profissionais de saúde.
Preços acessíveis
O estado já tem desenvolvida a indústria petroquímica, uma grande fornecedora de insumos intermediários para que a Bahia se transforme em um importante pólo farmacêutico”, disse. Segundo Buss, a Farmanguinhos, indústria farmacêutica da Fiocruz, negociará a transferência de tecnologia e adquirirá os produtos fabricados na Bahia, em especial os contraceptivos. “A expectativa é que o estado se torne a principal fornecedora de anticoncepcionais para a rede pública. No Brasil, mais de 15 milhões de mulheres precisam usar esses medicamentos e não conseguem comprar”, declarou.
Para Buss, a Bahia se especializaria em algumas áreas de alto custo e com isso supriria uma necessidade muito séria do sistema de saúde. Ele declarou que a Fiocruz Bahia já tem uma grande área de diagnóstico e de produção de inovações. “Nós vamos fazer serviços, no sistema público de saúde, de diagnósticos para doenças infecciosas e outras. Vamos trabalhar junto com o Governo da Bahia na reconstituição do Hospital Couto Maia”, falou.
Bahiafarma
Até agosto, a fábrica da Rede Baiana de Produção de Medicamentos (Bahiafarma), que está sendo construída no Distrito Industrial de Vitória da Conquista, deverá ser concluída. No total, serão investidos R$ 18 milhões na unidade, onde serão produzidos, em média, 15,8 milhões de comprimidos por mês para atender principalmente ao habitantes do estado. A infra-estrutura da fábrica foi realizada numa parceria da prefeitura de Conquista com o Ministério da Saúde, e os equipamentos e a coordenação vão ficar com o Governo do Estado.
Inicialmente, serão produzidos medicamentos básicos para garantir o atendimento da rede de saúde, como Captopril e Hidroclorotiazida (tratamento de hipertensão), Metformina (para pacientes com diabetes), Sinvastanina (controle do colesterol), o antitérmico Paracetamol, Mebendazol (tratamento de parasitoses) e o antiinflamatório AAS.
A área das ciências farmacêuticas é dinâmica e está em constante desenvolvimento. Novas tendências, novos conhecimentos e novas pesquisas fazem parte do cotidiano do estudo farmacêutico. E, em meio a essa realidade, nosso grande desafio é associar o conteúdo teórico à prática e, para tanto, tem-se propagado nas instituições a importância da gestão englobada à graduação, seja no Curso de Farmácia ou em qualquer outro curso superior. Sabemos que o empreendedorismo não está ligado apenas a pessoas com um dom nato e, portanto, aqueles que se dedicam e estudam podem vir a ser empreendedores. A abertura de um negócio próprio ou exercer a função como intra-empreendedor em uma empresa é algo viável a todos, desde que haja competência e dedicação. Logo, o fomento ao empreendedorismo não é apenas importante para a formação dos estudantes, além disso, é nessa base de idéias que um negócio obtém êxito e colabora para o país sair da posição de emergente e atinja maior nível de desenvolvimento.

Guia: quais os passos para abertura de uma empresa?

Para iniciar um negócio e abrir uma empresa, muitos pontos devem ser levados em consideração. Realizar um plano de negócios poderá ajudar a definir os principais passos.
Para isso, o empreendedor tem de buscar informações sobre o ramo em que pretende investir e, assim, identificar necessidades e a viabilidade do empreendimento.

Segundo o Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequeno Empresas (Sebrae) de São Paulo 29% das empresas fecham antes de completar um ano.

Isso acontece principalmente porque faltam informação e planejamento adequado ao empreendedor.

Além do plano de negócios, é importante pesquisar sobre o ramo.
Legalidade
Para que a empresa funcione corretamente, respeitando as leis, será necessária a contratação de um contador, que irá resolver a parte burocrática.

Um caminho para a escolha desse profissional é consultar o Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
O contador, obrigatório pelo código civil, cuida das operações fiscais da empresa. Se ele cometer um erro de declaração de impostos, a Receita Federal irá cobrar do empreendedor.

Por isso, para contratar esse profissional, é importante buscar referências com outros empreendedores, verificando se eles estão satisfeitos com seus contadores.

Além disso, é importante exigir um contrato escrito que informe quais serão as obrigações do contador e quanto ele irá cobrar por mês.

Veja os principais pontos sobre o seu negócio

Ramo
É necessário definir o negócio de acordo com afinidades e conhecimentos, ou seja, o com o que a pessoa sabe fazer.

O Sebrae tem registros de alguns negócios que foram abertos e deram certo e que podem ser consultados como exemplos.

Clientes
É importante definir quais serão os clientes para identificar onde eles estão, ou seja, deve-se fazer um levantamento do público.

Por exemplo, em uma confecção feminina, o empreendedor pode definir que irá atender mulheres com idade entre 15 e 20 anos.

Produtos e serviços
Também é importante definir quais produtos e serviços serão oferecidos. Por exemplo, um eletricista pode estabelecer que vai trabalhar só com residências ou só com empresas.

Pesquisar informações sobre os concorrentes ajuda a identificar pontos fortes e fracos sobre os serviços oferecidos.

Investimento
Pelo planejamento, descobre-se o valor que precisará ser gasto. Assim, o empreendedor verifica se tem ou não a quantia necessária. Em caso negativo, define de que forma irá conseguir o dinheiro.

Localização
O local onde ficará o estabelecimento deve ser próximo de onde estão os clientes e os fornecedores (o que serve para economizar fretes).

Se os custos para transportar a mercadoria forem muito altos, isso poderá deixar os preços pouco competitivos.

Além disso, ter um estacionamento pode atrair mais clientes. Também é importante pesquisar na prefeitura se naquele local pode ser iniciado o negócio.

Funcionários
O plano de negócios também ajuda a definir o número e o perfil dos funcionários que serão contratados.

Lucro
O plano permite definir de quanto será o lucro do empreendimento e depois de quanto tempo ele virá.

Como Montar a sua Empresa?

O tempo tem mostrado que a abertura de novos negócios, baseados na criatividade e no dinamismo do cidadão brasileiro é fundamental para o desenvolvimento do nosso país.

No entanto, apenas vontade e coragem não são suficientes para o sucesso de um empreendimento. Para encarar tão grande responsabilidade, o novo empresário precisa conhecer os aspectos e as fases que envolvem a abertura de um negócio, as características e dimensões do mercado no qual pretende atuar, a legislação pertinente, os padrões de qualidade, entre outros. Estes fatores, aliados à afinidade com a atividade a ser desenvolvida e à competência gerencial, são predominantes para o sucesso do negócio.

POR QUÊ ABRIR UMA EMPRESA?
DESEMPREGO: Abrir um Empreendimento por ter perdido o emprego pode não ser a solução de seus problemas, caso não seja precedido por séria pesquisa da área em que deseja atuar.

CURIOSIDADE: Um ditado popular prega "Dinheiro não aceita desaforo"... As chances do negócio ser bem sucedido são proporcionais ao conhecimento do ramo escolhido, "empresa não combina com aventura".

INICIATIVA: Pode-se considerar a iniciativa como sendo uma característica do empreendedor, ela embute negócios com boas possibilidades de crescimento, que não são tão comuns e com alta rentabilidade.


PERFIL DO EMPREENDEDOR
O empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador, através do qual mantém constante busca por novos caminhos e novas soluções, sempre amparada na identificação das necessidades das pessoas.

Essa é a essência do empresário de sucesso: a busca de novos negócios e oportunidades, e a preocupação sempre presente com a melhoria do produto.

Enquanto a maior parte das pessoas tendem a enxergar apenas dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, a despeito das dificuldades.

As qualidades que distinguem o empreendedor como líder e dono de seu destino:

Disposição para assumir Riscos

o    Nem todos têm a mesma disposição para assumir riscos. O empreendedor, por definição, tem que assumir riscos, e o seu sucesso está na sua capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles. Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso aprender a administrá-los.
Ter Iniciativa e ser Independente
o    São características intimamente ligadas ao espírito empreendedor e que levam a decisões ousadas como trocar a segurança do "holerit" pelo risco de um negócio próprio, buscando, entre muitos outros fatores, sua realização e independência. Logo, sem iniciativa não pode haver empreendimento e sem vontade e persistência não se pode atingir o sucesso.
Persuasão e Rede de Contatos
o    Agir influenciando pessoas para obtenção de seus propósitos. Independência e Auto-confiança. Agir com autonomia e confiança em sua capacidade.
Ser Líder e saber Comunicar-se
o    Liderar é saber conduzir os esforços das pessoas sob nossa coordenação em direção a um objetivo. Um líder sabe redirecionar esforços, quando necessário, conseguindo manter a motivação de seus funcionários.Relacionamento interpessoal é a capacidade de expor e ouvir idéias. É saber comunicar-se e conviver com outras pessoas, dentro e fora da empresa.
Ser Organizado
o    A organização é fator de sucesso para qualquer empreendimento. Não basta apenas possuir os melhores recursos, mas integrá-los de forma lógica e harmoniosa, fazendo com que o resultado seja maior do que a simples soma das partes.
Possuir Conhecimento do ramo
o    Este é um fator imprescindível para que se obtenha o sucesso em um empreendimento. Este conhecimento pode ser adquirido pela própria experiência do empreendedor, em informativos especializados, em contato com empreendedores do ramo, associações, sindicatos, etc.
Identificador de Oportunidades
o    Identificar e aproveitar oportunidades é fundamental para quem deseja ser empreendedor e consiste em aproveitar todo e qualquer ensejo para observar negócios. O empreendedor de sucesso é aquele que não cansa de pesquisar, seja no trabalho, nas compras, nas férias, lendo revistas, jornais, televisão, Internet. Ele é curioso e está sempre atento a qualquer oportunidade de conhecer melhor um empreendimento.
Possuir Aptidões Empresariais
o    É o instinto, a habilidade natural que o empreendedor deve possuir para identificar uma oportunidade, aproveitá-la, montar um negócio e conduzí-lo ao sucesso. Um empreendedor precisa:
- Ser persistente: Agir com o empenho necessário para o alcance de objetivos e metas.
- Ter Comprometimento: Agir com dedicação e responsabilidade para obtenção de resultados.
- Ser exigente na qualidade e na eficiência: Agir para melhoria contínua de seus processos e produtos.
Auto-Conhecimento
o    O conhecimento das qualidades mencionadas serve de base para uma auto-avaliação. Assim, ao conhecer os pontos fortes e fracos, pode-se aprimorá-los (fortes) ou minimizá-los (fracos) a fim de obter a capacitação necessária para o sucesso do empreendimento.

PLANEJAMENTO DO NEGÓCIO
O planejamento não evita riscos, mas ajuda a prevení-los e a enfrentá-los com uma escolha segura da direção a seguir e com a possibilidade de fazer as correções de rumo que forem necessárias.

O Plano de Negócios serve para detalhar e examinar as idéias, tornando mais claros e precisos os caminhos e recursos necessários.

Pontos importantes para Reflexão:
o    A que tipo de atividade você pretende se dedicar? Indústria, comércio, serviços, rural?
o    Imagine que tipo de mercadorias irá fabricar e/ou vender ou que serviços irá prestar;
o    Para quem vai produzir e vender essas mercadorias ou serviços; qual vai seu o seu Mercado Consumidor?
o    Quais as pessoas ou empresas que oferecem mercadorias ou serviços iguais ou assemelhados aos que você pretende colocar; qual seu Mercado Concorrente?
o    Quem poderá lhe fornecer equipamentos, matérias e serviços necessários ao funcionamento da empresa; qual o sue Mercado Fornecedor?
o    Elabore um Plano de Negócios, ele deverá contemplar todas as facetas do negócio, estratégias diversas de produção e finanças etc. O Plano de Negócios é o cartão de visitas da empresa ele motiva fornecedores e clientes e mostra o seu grau de controle do negócio.

A indústria farmacêutica e as políticas de saúde e de medicamentos

O processo industrial farmacêutico é complexo, vinculando-se às políticas industrial, científica e tecnológica e de saúde. É um processo que exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento, na produção e no controle de qualidade dos produtos, na aquisição de substâncias, na armazenagem e distribuição dos produtos, etc. Para essas ações, empregam-se alta tecnologia, mão-de-obra qualificada em diversas funções e altos investimentos financeiros, inclusive em propaganda.
Por ocuparem lugar de destaque no sistema de saúde e no tratamento das doenças, tanto nos países industrializados como nos em desenvolvimento, os medicamentos exigem uma política nacional específica. Esta deve estruturar-se de acordo com as necessidades de cada país. É fundamental para garantir eficácia, segurança, qualidade, informação e aspectos de custos e preços dos medicamentos. Também é importante para assegurar a utilização adequada desses produtos, por parte da classe médica e farmacêutica.
Em 1995, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que o Estado devesse garantir a disponibilidade de acesso eqüitativo, assim como a utilização adequada desses medicamentos, e preconizou para a formulação e acompanhamento de política de medicamentos de cada país, uma ampla parceria entre governos - representando o interesse público - e os demais atores do processo: os que utilizam ou vão utilizar medicamentos, os prescritores, os dispensadores (1) e os que fazem, comercializam, distribuem e vendem os medicamentos. Estão ainda incluídos nessa parceria as universidades, os institutos especializados de pesquisa e instrução, as instituições que formam pessoal na área médica, odontológica, de enfermagem e farmácia, as escolas de preparação de pessoal de nível médio e de agentes comunitários de saúde, as organizações desvinculadas do governo, como associações de profissionais, grupos de consumidores, indústria farmacêutica (preferivelmente suas representações no país ou internacionais) e as profissões jurídicas (Bonfim, 1997). Verifica-se, portanto, que é necessária a participação de diversos atores para o estabelecimento de uma política de medicamento mais adequada à realidade de um determinado povo.
Encontra-se atualmente, em nível mundial, um mercado farmacêutico monopolizado e/ou oligopolizado. Bermudez baseou-se em Gereffi para tecer os seguintes comentários: existem, no mundo, mais de 10 mil empresas produtoras de medicamentos. No entanto, a participação expressiva no mercado internacional se restringe a não mais de cem companhias de grande porte, responsáveis por cerca de 90% dos produtos farmacêuticos para consumo humano. As cinqüenta maiores empresas farmacêuticas do mundo são transnacionais, respondendo por dois terços do faturamento mundial. Estas empresas comercializam seus produtos em diversos países, promovem atividades também em países estrangeiros e operam nas áreas de Pesquisa e Desenvolvimento, abrangendo, portanto, todos os estágios tecnológicos (Bermudez, 1995.1).
Ainda segundo Bermudez (1995.1), a totalidade das empresas de capital nacional detém entre 15% e 25% do mercado farmacêutico brasileiro, enquanto já as empresas de origem norte-americana detêm em torno de 35%. Um percentual um pouco maior cabe ao conjunto das indústrias da Comunidade Econômica Européia. Observa-se, também, monopolização das classes terapêuticas por parte das empresas líderes do mercado. E essa indústria farmacêutica privada - seja ela de capital nacional ou internacional - investe normalmente na produção e em propaganda de medicamentos utilizados na medicina curativa, que são mais rentáveis. Conclui-se, portanto, que os interesses comerciais dessas indústrias muitas vezes são conflitantes com o uso racional de medicamentos.
Santos (1993) conta que, até 1930, o Brasil não se distanciava muito do modelo tecnológico utilizado internacionalmente para a produção de medicamentos. A medicação consumida em território nacional era em parte produzida por farmácias e por um grande número de pequenos e médios laboratórios nacionais, poucos deles de origem estrangeira. Outra parcela era advinda de importações de outros países, realizadas por casas representantes.
As mudanças ocorridas após a Segunda Guerra Mundial coincidiram com a política nacional desenvolvimentista implementada nas décadas de 40 e 50. O estímulo à entrada de capital estrangeiro permitiu a consolidação da hegemonia das empresas transnacionais farmacêuticas, gerando a dependência econômica e industrial do país neste segmento (Bermudez, 1995.1).
[...]
Melo, Maria das Graças Mota. Estudo de dermatoses em trabalhadores de uma indústria farmacêutica. [Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 1999.

Ler a reportagem na integra, clique aqui.

Indústria farmacêutica precisa investir mais em pesquisa

"A indústria farmacêutica tem que investir, senão ela morre"
 Depois de sofrer com a abertura comercial nos anos 90, a indústria farmacêutica brasileira tem recuperado sua força, mas ainda encontra um dos seus maiores desafios no desenvolvimento da pesquisa. O Ministério da Saúde investiu R$ 700 milhões nos últimos cinco anos com a contratação de 3 mil projetos de inovação. O valor ainda é baixo comparado ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, de cerca de R$ 3 trilhões, mas é um começo importante, avaliam especialistas presentes ontem no seminário "Caminhos para o financiamento e acesso à saúde", promovido pelo Valor em parceria com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Apesar do peso do PIB do Brasil no mundo, o país ocupa apenas a 17ª posição em pesquisa clínica de medicamentos, que é a aplicação assistida das drogas em pacientes. Inovação farmacêutica é um investimento de alto risco, mas que garante retornos expressivos. Para desenvolver um medicamento, é preciso investir aproximadamente US$ 1 bilhão. Além do custo ser alto, um problema no mercado brasileiro é que o processo de aprovação de uma pesquisa clínica é muito longo - chega a até 14 meses, enquanto em países desenvolvidos o período é de três a quatro meses.
A concessão de patentes é outro desafio para a inovação farmacêutica que precisa ganhar mais agilidade e dar mais garantias aos investidores, segundo Jorge Ávila, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). 
Mesmo com essas dificuldades, há casos de sucesso em investimento farmacêutico no país. Um exemplo é a Recepta Biopharma, empresa de desenvolvimento de pesquisa e testes clínicos de medicamentos para tratamento de câncer. Criada em outubro de 2006, ela é a primeira e até agora única empresa brasileira a conduzir a segunda fase de um teste clínico em pacientes de câncer. A empresa investiu R$ 18 milhões até agora, e neste ano deve investir mais R$ 7 milhões. "É um desafio grande, mas estamos num mercado em crescimento", diz José Fernando Perez, diretor da companhia.
Egresso da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), ele conta que um dos pontos importantes para desenvolver a inovação no setor é haver interação entre o universo acadêmico e a indústria.
O setor farmacêutico está entre os seis estratégicos da política industrial brasileira.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Indústria Farmacêutica

A indústria farmacêutica constitui um dos setores mais importantes nas sociedades contemporâneas, não só a nível económico, mas sobretudo social e científico. A missão da Indústria Farmacêutica consiste em fomentar a inovação e o desenvolvimento de terapêuticas que respondam às necessidades de tratamento e prevenção de novas patologias, bem como disponibilizar medicamentos que constituam uma melhoria para a saúde e qualidade de vida das populações. O futuro do setor farmacêutico dependerá certamente das decisões políticas que tomemos relativamente à inovação e ao acesso ao medicamento em relação aos indicadores da competitividade industrial, à criação de uma rede de excelência em investigação fundamental e clínica, à condução de ensaios clínicos à escala europeia, à implementação de incentivos à investigação e de apoio ao desenvolvimento e comercialização de medicamentos órfãos e pediátricos, ao desenvolvimento de uma estratégia de biotecnologia e à optimização da recolha e tratamento de dados sobre farmacovigilância.